COMPETÊNCIAS:
• Aplicar conhecimentos filosóficos no plano existencial, nos projetos de vida e nas relações sociais;
• Desenvolver a leitura filosófica da arte
• Utilizar a arte como elemento de transposição do materialismo.
HABILIDADES:
• Ler textos filosóficos de modo significativo;
• Ampliar gradativamente o alcance da leitura filosófica;
• Elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo;
• Compreender a arte como possibilidade de humanização do ser humano.
CONTEÚDOS MÍNIMOS:
• O que é arte
• A historicidade da arte
• A (in) utilidade da arte
• As funções da arte
• O valor de pensar por si mesmo
SUGESTÕES:
LIV ANDRADE, Mário de. O baile das quatro artes. 3. ed. São Paulo, Martins; Brasília,. Instituto Nacional do Livro, 1975.
PLATÃO. O banquete. São Paulo: Nova Cultural, 1987.[Coleção Os pensadores]
BATTOCOCK, Gregory. A Nova arte. 2.ed. São Paulo: Perspectiva, 1986
DAIX, Pierre. Critica nova e arte moderna: ensaio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971.
PEDROSA Mario. Mundo, homem, arte em crise. São Paulo, Perspectiva, 1975. 321 p.
FILMES:
Leonardo da Vinci, 2004
Os Amores de Picasso, 1996, direção de James Ivory
Identidade de Nós Mesmos, 1989, direção de Wim Wenders
O Sorriso de Mona Lisa, 2003, direção Mike Newell
Sonhos, 1990, direção Akira Kurosawa
TEXTOS:
TRADUZIR-SE
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?
Ferreira Gullar
PENSE DIFERENTE: UMA HABILIDADE OU ATITUDE
PENSE DIFERENTE para encontrar novas maneiras de fazer as coisas. Passe a ser mais observador em tudo. Não aceite idéias apenas passivamente. Seja pró-ativo. Considere várias alternativas sem contentar-se com apenas uma.
Pior do que não ter nenhuma idéia é ter apenas uma idéia na cabeça.
Habitue-se a perguntar "DE QUE MANEIRA EU POSSO... (ficar menos tempo no trânsito, por exemplo)?" Você encontrará diversas alternativas, como por exemplo: saia mais cedo do escritório, vá de metrô, vá de táxi, saia mais tarde do escritório, freqüente a academia de ginástica ao lado do escritório durante o horário de rush, faça o curso de inglês neste horário, leia os livros que não conseguiu ler por falta de tempo, coloque audio books no carro atualizando a sua leitura ou estudando um idioma e infinitas outras alternativas.
Para pensar diferente ligue-se permanentemente em tudo o que acontece, em tudo o que o rodeia. Leia diferentes jornais e revistas. Participe de congressos e seminários. Visite feiras e exposições. Assista à palestras. Procure canais de TV aos que você nunca assiste. Converse com pessoas que você nunca conversou.
Pensar diferente é uma habilidade que deve ser cultivada durante toda a vida. Dizem algumas pesquisas que quem não exercita o cérebro vai perdendo sua capacidade mental com o passar dos anos. Nosso cérebro nos oferece um potencial ilimitado para produzirmos novas idéias. É no cérebro que são criados todos os nossos sonhos e desejos. É em nosso cérebro que vemos, sentimos, nos comunicamos e experimentamos as mais variadas emoções. É do cérebro que recebemos os comandos dos movimentos e dos nossos pensamentos.
O mundo com suas rápidas mutações exige novas respostas para os novos desafios. Necessitamos de urgência. Acione freqüentemente a sua imaginação e criatividade em todo seu potencial.
Pense diferente para abrir caminhos para o progresso, para encontrar novos produtos que facilitarão e até salvarão a vida de muitas pessoas.
Pense diferente para encontrar novas maneiras de melhorar na sua carreira com eficiência e rapidez.
Pense diferente para conseguir melhores escolas, mais trabalho, habitações dignas, músicas mais bonitas e envolventes.
Tenha um desejo ardente para melhorar as coisas.
Pense diferente para ultrapassar os limites do que aprendemos na escola e com a experiência da vida. Vá mais além. Desbrave com alegria o seu poder criativo. Antonio Carlos Teixeira
FUNÇÕES DA ARTE
Função Individual: O ser humano é um ser sensível, emociona-se, reflete, pensa. A arte tem como finalidade possibilitar os processos de percepção, sensibilização, cognição, expressão e criação necessários ao desenvolvimento global do homem. Ao suprir suas exigências básicas de sobrevivência, o homem quis mais: desejou ser mágico para transformar a matéria em outra diferente; desejou tornar o sonho realidade; desejou criar beleza para encontrar prazer; desejou conhecer a si mesmo para ter a consciência do que é e do que poderá vir a ser enquanto cidadão.
Função Ambiental: A arte, por meio da alfaabetização estética, leva a todos a observar o meio que o cerca, reconhecendo a organização de suas formas luzes e cores, suas harmonias e seus desequilíbrios, a sua estrutura natural bem como a construída.
Como vimos, toda pessoa transforma a natureza com o seu trabalho. Arte é matéria transformada, concreta, ocupa lugar no espaço. Até mesmo o som e o gesto, por mais fugazes que pareçam, compõem como o ambiente, novos ambientes. Por intermédio de obejetos, sons e movimentos, uma paisagem visual, sonora, espacial vai surgindo a cada minuto e imprimindo novos significados, estéticas e necessidades para a sociedade. È importante que cada um perceba este mundo, como uma paisagem e tenha a consciência ao transformá-la.
Função Social: Toda pessoa é um ser cultural, fruidor e agente da Arte. Ela transmite a cultura elaborada epela humanidade. Enquanto linguagem, ultrapassa a funçao da comunicaçao simples e pura, pois transmite ideias, sentimentos e informações que transformam as ideias, os sentimentos e as informações já existentes, influenciando modos e atitudes, num movimento dinâmico de interação entre o homem e a sociedade. A Arte é conhecimentoe, como tal, tem função no processo de educação do ser humano, enquanto Educação Artística e Alfabetização Estética. Ela revela os símbolos específicos de cada linguagem, necessérios à construção de um leitor de mundo mais crítico, sensível e eficiente nos seus posicionamentos.
PENSAR POR SÍ MESMO
Neste texto, como o próprio nome sugere, Schopenhauer descreve a importância de pensar por si mesmo, ou seja, adquirir conhecimento através dos seus próprios neurônios. “... la masa mayor de conocimientos, si no há sido elaborada por el pensamiento original, vale mucho menos que uma masa menor varias vezes asimilada.”, isto é, o conhecimento adquirido através do próprio esforço mental vale muito mais do que o conhecimento adquirido por meio de terceiros.
Schopenhauer descreve no decorrer das linhas de seu livro dois tipos de pessoas, os eruditos e os gênios. Os primeiros são aqueles que lêem vários livros, vivem da leitura, são exímios conhecedores da literatura, enquanto os segundos são os legítimos pensadores, os que têm algo a ensinar a humanidade, são os que lêem diretamente no livro do universo, folheiam a natureza ao invés de folhearem páginas de livros. Em suma, os gênios observam a natureza, desenvolvem seus pensamentos e passam para livros todo seu conhecimento, livros esses que serão lidos pelos eruditos.
A leitura nada mais é do que um “remédio” para aqueles que têm preguiça de pensar, é um sucedâneo do pensamento pessoal. A convicção de Schopenhauer, quando afirma que devemos ter pensamentos próprios é tanta, que ele compara o ato de rejeitar pensamentos originais em troca de livros, com um pecado contra o Espírito Santo.
A verdade adquirida pelo pensamento próprio, original, é como um elemento do próprio ser, enquanto que o conhecimento adquirido através de outrem é comparado como um membro enxertado é uma parte de outro misturada ao nosso ser.
Schopenhauer faz uma analogia interessante, ele diz que uma pessoa que busca conhecimento pelos livros é a mesma pessoa que conhece um país através de uma revista de agencia de viagens, posso conhecer virtualmente todos os Estados Unidos, saber detalhes de sua estrutura social, política, seus pontos turísticos, porém, aquele que verdadeiramente conhece tal país é aquele que lá esteve e por si vivenciou o clima, a terra, as conexões de informações que somente lá existem. Aquele que verdadeiramente conhece o mundo é aquele que vive o mundo, os que tentam conhecer através da literatura têm acesso a meras descrições.
Parece hilário, mas aquele que lê filosofia, aquele que busca conhecer “o que há”, “o que é” através dos livros, irá acabar em uma discussão inútil, irá debater, por exemplo, se Leibniz era ou não spinozista. Ao invés de buscar a luz com sua reflexão própria, ao invés de refletir sobre o mundo, ou formular teorias, como o próprio Leibniz fez outrora, acabam por cair no ridículo de discutir e classificar filósofos em escolas, ou grupos.
Não devemos deixar de ler, a leitura é importante fonte de conhecimento. Não devemos é nos apegarmos em demasia à literatura e dar-lhe primazia a busca do conhecimento pela própria analise do que observamos e pensamos propriamente. Não podemos acostumar nosso espírito com longos períodos de leituras ininterruptas, pois ele pode se acostumar, e como conseqüência, perderá a capacidade de pensar por si mesmo.
Esses, que preferem a leitura de livros a pensar por si mesmos, os chamados eruditos, acabam viciando seu espírito com a literatura e o estupidificam. Eles lêem tanto que acabam ficando estúpidos, bobos, perdem a capacidade de ter pensamentos próprios e originais, são capazes apenas de copiar, perdem a capacidade de pensar. Para construir sua filosofia e escrever seus livros, Schopenhauer também pesquisou a literatura de outros filósofos e, sobretudo, observou a natureza, sua filosofia não é mera cópia ou plágio.
É importante ler os outros grandes autores, porém não demasiadamente, para que eu não perca em nenhum momento o contato com o mundo real, e de gênio passe para erudito, ou, o espectador literário. O erudito tem apenas representações abstratas, ou seja, conhece única e simplesmente os conceitos, enquanto o gênio acessa as representações intuitivas, ou seja, observa o concreto, e dele tira suas próprias conclusões, pensa por si.
O gênio é como um monarca, não aceita ordens, e faz mais, dá as ordens. Seus juízos, como as leis do monarca, emanam de seu poder supremo, sua capacidade, procede diretamente dele, não precisam de intermediários para existir, só admite aquilo que pode provar ele mesmo. Do outro lado, existem aqueles que não tem opinião, aqueles que precisam ler algo para ter o que dizer, não pensam por conta, precisam que alguém pense antes para que possa tomar essa opinião como sua.
“Em matéria de pensamento, só tem verdadeiro valor aquele que é pensado para si mesmo.” . Após proferir essa frase, Schopenhauer divide os pensadores em duas classes: os que pensam para si mesmo e os que pensam para os demais. Os primeiros são os filósofos, que tem alegria, vivem para pensar, os outros são os sofistas, que buscam o glamour, querem brilhar, querem proferir frases de efeito, sem que haja preocupação com a veracidade delas, seu objetivo é a fortuna.
É fácil de entender, enquanto filósofo eu penso para mim, e eu não vou querer ter pensamentos falsos, não há algum interesse nisso, pois como sou amante do pensar, da sabedoria, e tenho como meta os pensamentos verdadeiros, quero descobrir a verdade sobre o mundo, não tenho por que mentir, bem pelo contrario. Já o sofista está interessado no dinheiro, no quanto ele pode ganhar defendendo os interesses dos comandantes capitalistas de sua época, pouco importa a verdade, é mais interessante uma mentira bem paga.
O homem é um animal como os outros, vive para consolidar sua existência. É bom ter cuidado com o que ouvimos, precisamos filtrar o conhecimento que querem nos passar através dos livros, para que não caiamos no vai e vem da moda e nos esqueçamos da verdadeira filosofia, do verdadeiro ensinamento.
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