A tecnologia expressa e desenvolve os valores culturais existentes. Padroniza até as vidas e os valores de seus usuários, como no caso do relógio, da máquina a vapor, da linha de montagem e do computador. Através de sua dinâmica interna, a tecnologia faz exigências aos que a desenvolvem. Para a organização de seus maiores projetos cria burocracias. A tecnologia habilita as pessoas e fazem coisas que elas não poderiam ter feito de outro modo, embora certas escolhas tecnológicas excluam inevitavelmente outras. Uma sociedade que preferiu o automóvel particular ao transporte coletivo terá dificuldades em voltar atrás. Não obstante, tecnologia como tal não é autônoma, ela é criada por seres humanos e está subordinada essencialmente aos valores culturais e decisões governamentais. O caminho mais sensato é almejar um progresso limitado e manter seus inevitáveis custos em nível mínimo. Alguma inovação tecnológica é essencial e desejável. Ela tem sido necessária à modernização de todas as sociedades, e habilitará a nossa a sobreviver e melhorar. O desenvolvimento de novas tecnologias deve ser encorajado e o treinamento de tecnólogos imaginativos, promovido. A tecnologia não ficará sob controle social enquanto os partidos políticos não propuserem diretrizes específicas para tal. Com vistas à aceleração desse processo, deverá haver o debate mais amplo possível a difusão de informações. Toda e qualquer faculdade humana pode ser mal usada. O homem pode usar sua inteligência para escravizar um outro, sua imaginação para ludibriar, sua eloqüência para trair. Mas, se não usasse faculdades, onde estaria? Usando seus poderes, o homem amplia continuamente o âmbito de suas realizações. A tecnologia aumenta sua capacidade para fazê-lo.
A tecnologia pode criar ou destruir, tornar o homem mais humano ou menos. Mas as civilizações, como os indivíduos, devem correr riscos se quiserem progredir. Se exercermos prudência para minimizar os danos da tecnologia e incentivar ao máximo seus benefícios, certamente valerá a pena aceitar o risco.
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