Apresentação

"Em tempos de engano universal, dizer a verdade é um ato revolucionário" (George Orwell)







Este blog é um espaço de reflexão e troca de experiências educativas na área de Filosofia para o Ensino Médio. Os materiais aqui postados tem por objetivo subsidiar o estudo tanto de professores quanto de alunos. Os textos serão de autoria própria, ou de autores da área, ou resultado de pesquisas em obras literárias e na web.



sábado, 24 de abril de 2010

O Conhecimento Humano

No processo de apreensão da realidade do objeto, o sujeito cognoscente pode penetrar em todas as esferas do conhecimento: ao estudar o homem, por exemplo, pode-se tirar uma série de conclusões sobre a sua atuação na sociedade, baseada no senso comum ou na experiência cotidiana; pode-se analisá-lo como um ser biológico, verificando através de investigação experimental, as relações existentes entre determinados órgãos e suas funções; pode-se questioná-lo quanto à sua origem e destino, assim como quanto à sua liberdade; finalmente, pode-se observá-lo como ser criado pela divindade, à sua imagem e semelhança, e meditar sobre o que dele dizem os textos sagrados.
Conhecer é uma relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido. No processo de conhecimento o sujeito cognoscente se apropria, de certo modo, do objeto conhecido. Se a apropriação é física, sensível, como por exemplo, a representação de uma onda luminosa, o que acarreta uma modificação de um órgão corporal do sujeito cognoscente, tem-se um conhecimento sensível. Se a representação não é sensível, o que ocorre com realidades, tais como conceitos, verdades, princípios e leis, tem-se um conhecimento intelectual.

Conhecimento Empírico:

Também chamado de vulgar ou de senso comum, é o conhecimento do povo, obtido ao acaso, após ensaios e tentativas que resultam em erros e em acertos. É ametódico e assistemático. Cada qual se serve da experiência do outro ora ensinado, ora aprendendo, em um intenso processo de interação humana e social. Pela vivência coletiva os conhecimentos são transmitidos de uma pessoa à outra, de uma geração à outra.

Conhecimento Científico:

O conhecimento científico vai além do empírico, procurando conhecer, além do fenômeno, suas causas e leis. A ciência, até a Renascença, era como um sistema de proposições rigorosamente demonstradas, constantes e gerais que expressavam as relações existentes entre seres, fatos e fenômenos da experiência. Nesta época o conhecimento científico tinha como características ser: certo, geral, metódico e sistemático, objetividade, interesse intelectual e espírito crítico.
A ciência era o resultado da demonstração e da experimentação, só aceitando o que fosse provado. Hoje a concepção de ciência é outra. A ciência não é considerada como algo pronto e acabado ou definitivo. Não é a posse de verdades imutáveis. É entendida como uma busca constante de explicações e de soluções, de revisão e de reavaliação de seus processos, apesar de sua falibilidade e de seus limites. Nessa busca sempre mais rigorosa, a ciência pretende aproximar-se cada vez mais da verdade através de métodos que propiciem controle, sistematização, revisão e segurança maior do que possuem outras formas de saber não-científicas. A Ciência é um processo em constante construção.

Conhecimento Filosófico:

O conhecimento filosófico distingue-se do conhecimento científico pelo objeto de investigação e pelo método. O objeto das ciências são os dados próximos, imediatos, perceptíveis pelos sentidos ou por instrumentos, pois sendo de ordem material e física, são por isso, suscetíveis de experimentação. O objeto da filosofia é constituído de realidades mediatas, imperceptíveis aos sentidos e que, por serem de ordem supra-sensível, ultrapassam a experiência. O filosofar é um interrogar é um contínuo questionar a si mesmo e à realidade. A filosofia não é algo feito, acabado, é uma busca constante do sentido, de justificação, de possibilidades, de interpretações a respeito de tudo aquilo que envolve o ser humano e sobre o próprio ser em sua existência concreta. A tarefa fundamental da filosofia resume-se na REFLEXÃO.

Conhecimento Teológico:

Duas são as atitudes que se podem tomar diante do mistério.

 Penetrar nele com o esforço pessoal da inteligência, mediante a reflexão e o auxílio de instrumento, procura-ser obter um procedimento que seja científico ou filosófico.

 Ou aceitar explicações de alguém que já tenha desvendado o mistério e implica sempre uma atitude de fé diante de um conhecimento revelado.

Esse conhecimento revelado ocorre quando há algo oculto ou um mistério, alguém que o manifesta e alguém que pretende conhecê-lo. Aquele que manifesta o oculto é o revelador, pode ser o próprio homem ou Deus.

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